Daí a gente ficou com essa bobagem, esse mel melando a tampa do melado contido no pote, algumas pessoas compram, inclusive;
A beleza contida, não se via o grafado no verso, a parte de trás do pote. Me contenho em gestual, a grafia, em tentativa de explicar: Em papel claro amarronzado e letras miudíssimas cor verde-escuro e, levemente, reclinadas praô lado esquerdo, - as letras só viam-se com lupa - transcrevia vir de uma cidade do interior do estado de nome composto, basta lembrar agora; Se querer, redijo-o depois. Penso que não há tanta importância a repeito do nome. Decerto, se houver insistência de sua parte, mando-lhe por carta em seguida, à minha partida. (Pausa de respiros de vírgulas.)
O que sente?
Agora?
Sim.
Nada.
Nada?
É, não sei.
Vou te mandar um doce de abóbora assim que chegar na minha cidade. Minha vó quem faz desde eu menino. Você quer?
Claro! Nunca experimentei doce do abóbora.
H'm, é bom! Vou te mandar sim!
Cinco minutos de silêncio que pareciam meia morte.
Está sentindo?
O quê?
Espera.
O quê?
Sente?
O quê?
Isso.
Ah, senti agora.
Calaram-se os dois, Alfredo e Norberto, sentados no meio-fio da rua Quatro Estações.
Posso te perguntar uma coisa?
Claro!
Você acha que a gente daria certo?
Certo como?
Certo, de relação amorosa.
Mas já não temos uma relação de amor?
Sim, temos, mas digo diferente. De ir ao cinema na minha folga e na sua, dar as mãos no calçadão, sorvete, essas coisas.
A gente já faz isso.
É, tem razão.
Te falta alguma coisa?
Talvez, tenho pensado nisso.
É, tenho pensado também.
Você acha que falta?
Acho que sim.
Tem idéia do quê?
Talvez tenha só idéia.
Talvez tenha cabimento a sua idéia.
É, talvez.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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