sábado, 21 de fevereiro de 2009

Do Lado Interno do Tambor

Parto sem precisão
que a dor do parto nem chegou.
Pairo em conjunção
e sem premissa de jargão.
Paro em sinal fechado
que é pra não ultrapassar a solidão.
Paro a luz do dia em pleno dia!
Perguntou-lhe se viu - a menina
A peça musical, a regular o passo,
a calvagar em marcharia
sem que tenha só e única razão.
Sigo em não contrariar compassos
se o ronco da cuíca diz que agora não.
Precedo em quarta-feira de cinzas
por aí.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Me Vem

Meu bem, ô meu bem
vai fazer assim, hein?
Não vou ficar de belém-belém
É porque nem quero brincar, também
E nem posso supor o seu vai-e-vem
Meu riso tem preferido o aquém
E desse lado tá mais pra vintém
Prefiro assim esse mei porém
A dúvida de um certo alguém
Se pedir, até peço pra que orem pra o seu bem
Só não me peça pra esperar por um não-sei-quem

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Prenome

Travesso compasso
à causar torpor
À
à nem sei o quê.
Grande em sucessão
de causar convulsão
DE
de nem sei o quê.
De lua em lua
me extenso indefinida
em linha musical,
em que a pauta referida
palpita
por nem sei o quê.
Pra o quê
Por quê
Do quê
Ainda que,
de tudo
que sei,
sei que
o que é
É
É no quê.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Entre Paredes

Foi desde aquela, então tarde, que viu que poderia colocar tudo a perder. Foi ruim pra cassete, disse ela, ao telefone.
Enclasurou-se, como dantes, e reviu-se em fronte à parede branca, a mesma dos segredos antigos; No antes já houvera a parede mas não a cor. Retruquei: - E o que você fez?
- Um café forte e bolachas com requeijão, foi o que acalmou, respondeu.
- Que bom, então!; Acompanhando seu juízo, do outro lado da linha.
Concluiu que até a canção poder-se-ia perder da vista, à vista e de vez. Gritou, "Não, Não e não!", tamanho foi que estremeceu, o tímpano meu. Arre!.., pude sentir gotículas de saliva sua atravessar os fios a lambuzar, o ouvido meu.
Concluí junto, mas esse em pensamento de voz baixa; Se, dentre as escolhas, aquela tivera sido a dela, que assim fosse. Suponho que não poria tudo a perder, não assim, de graça e sem graça.
- Um beijo, pra um café durante a semana, tá?
- Outro, querida. Ligue sim. Cuide-se! - Respondi.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cor da Graça

Ensurdeço
mas amanheço.
Hoje - rompo o dia -
de manhã, alvoreço.
De tanto redundar
pleonasmo,
no pleno, pasmo!
Nada tenho
Tudo tenho

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ruídos

Digo por começar
que não é vaidade.
Começo por dizer:
tanto faz se fez-se por transitoriedade.
Ao circular, me tenho atenta
Mantenho a tenta por sondar feridas,
tateio o condensado por ter mão densa.
Cumpro à espreita, mas é por força maior;
de mais solidez: espécie das unidades
Mistura de água, cimento, areia e pedra britada
Broa de amêndoa, perfume de padarias de esquina
Porém, de suspeita aromática, vai saber.
Não escravizo as ruas por sede vulgar
nem corro em negócios para não escravizar.
Suavizo os passos sobre o tom do espesso
que, por ser luzente, me vem a mente
o também som de medo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meme, a brincadeira é, me foi passado pela talentosíssima e querida amiga Ca:mila - Vaga-Lumens

> Agarrar o livro mais próximo
> Abrir na página 161
> Procurar a quinta frase completa
> Colocar a frase no blog
> Repassar para quem quiser

A brincadeira:
Primeiras Estórias - João Guimarães Rosa

"A gente tendo de soroar. Na sala. Nestes bancos e cadeiras. Aqueles lampiões e lamparinas. Todos, os de mando. Que eu, meu irmão João Norberto, compadres Veríssimo e Serejério, e o Noivo, mais Seo Fifino. Também a Noiva, em seu vestido branco, e Sa-Maria Andreza, mulher minha. Todos e Todas. A furupa de homens bons. Que, perto de mim, meu Zé Sipío. E a ceia - o enterro-dos-ossos - com alegria. Homem comendo em pé, o prato na mão; alerta ao ouvido. A gente, risonhos de guerra, a qualquer conta. Aqui, o inimigo que viesse! - esses Dioclécios, dianhos. A hora - de fechar os fôlegos. Aqui, a gente esperava - com luz para mil mariposas. E: manda o tri-o-li-olá... - se me diz - pique-será! Ninguém viesse? Ao ao-que-é-que-é, estávamos."