domingo, 22 de novembro de 2009

Trilhas de Revestimento Protetor à Arranjos de Orquestra Inteira


Teso como o escuro, tensa veio muda, a luz. Destilou e, agora, desfila, pela primeira vez, um líquido torpe. Sua adivinhação reconfortante.
Tremi por dentro e lhe lancei um olhar de complacência, enrijeci a pele.
Escreveu a canção no ar, em seu sampler, me responsabilizou pelo seu ciclo (ou loops em inlgês) "You Know I'm No Good", da britânica, lá de cima, dentro da cabine. Ele, puxou a corda. Pra ele, endureceu o meu silêncio e, agora, me bebe envolta, me abre-e- fecha.
Noscivo ao conhecimento ascendente mais do que ao de quem esteja, amador. A minha dor.
Discordância ao meu irrelevante, supõe compreendimento ao meu estado de espírito, acho bonito.
Me põe-a-fio à existência, acentua direito a luz branca, me diz e eu, rígida, lhe exorto, novamente, se há sirenes é, e são, urgentes, proposto ao pronto-atendimento do posto próximo. Entro no carro ao abrir-me a sua porta. Fechada, as minhas coxas até os tornozelos, discorrerem mais puro sangue, em dias do meu mês. Permaneço o seu, meu agrado, e uma bebida cara no local, engoli poucos goles em variadas marcas pelo caminho até a chegada, no lugar. Na volta, veio a ressaca.
Eu tinjo. Mudo de cor para o não transviar. Finjo um tom pastel, a vermelhidão do nosso anel e luzinhas pisca-pisca no chão, feito pião na palma da minha mão, eu danço. Me giro sem sair do lugar, eu giro, fito um olhar em direção ao globo do salão, transcrevo a lição, eu refaço a canção, me vou.
Da noite, será o café da manhã, te pinto o meu sonho na sua realidade de significados, já visto em linha da vida na sua mão. Te jogo fixo a minha pretensão, o redondo escuro do meu olhão, decodificado de ao o que vier, tocar, em tanto, em tato, a junção em canção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Estranho Do Verão Sem Rima

Recém-chegado, me propus - ao que já está aí: o horário de verão entrou! - à programas diurnos e de maior frequência que me seja rentável, de modo que a luz do sol brilhe vibrante e bonita nesses dias do ano. É o encaixe sutil ao cotidiano, e com a finalidade de a noite prolongar-se ao dia, e não ao contrário!
Contudo e inevitavelmente, é a época em que a temperatura permanece agradável enquanto e quando escurece, me apetece. Eu e o verão foi amor eterno: não consigo buscar na memória realidade oposta à de satisfação equivalente. Há a costumeira contraposição do durante de sol quentíssimo e fritante, de dia e na rua: dado exato e relevante, aliás.
Assumidamente, eu não sou adepta à ares-condicionado. Nunca fui. Ventiladores me refrescam contínua e naturalmente, como os de efeito de cinema. Me sua fresco e soa corada ao que é visceralmente vitalício e do sol. Ventilador me venta, e o ar em movimento em detrimento da epiderme é um prazer insultuoso e indescritível.
Em São Paulo não há brisa de mar, custo a me acostumar mas me adapto.
No Brasil, dentre os estados aceptiveis e não ao do horário de dada época, as bebidas sub-zero a noite não congela em período, em que a estação é, irrecusavelmente, o longo entardecer. Aceita-se convidativo para quem, como eu, nasceu à exata meia-noite! É inegável e de berço o convite atingir as luminárias ao caminho externo: acendem-se tardiamente os postes da Eletropaulo.
Aos olhos de um reparador, não precipita, se traduz em lâmpada de gênio os três pedidos e, como vale a regra, um de cada vez.

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Haikai à Guitarra Moderna

à venda, me beliscou
a corda antiga, vihuela
em serra morena

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Escrito Fechado à Vó

Aos cabelos brancos de mechas simétricas e aos poucos pretos e dipostos em sua cabeça, o consentimento de minha visita, na portaria do hospital. Minha identidade deixada no balcão pelo crachá em troca, quarto 322.
Lugar em tom de branco refletido em azul pelos meus olhos à distância ao longo do corredor.
O ar é seco e, num dos corredores, no meu percurso até o seu quarto, havia enfileiradas e rente à parede, bruscamente branca, macas que, quando passei por elas com os olhos entreabertos de quem não os "pregou" na noite anterior, convidaram-me inóspita para um repouso ao meu cansaço. As macas, ao meu evidente estar zonzo, multiplicavam-se em quantidade infinita, até a curva, para o próximo corredor. Segui em direção ao quarto.
O horário de visita é cronometrado por mim, marcado no meu relógio de pulso analógico 57 minutos e restantes. Três minutos se passaram em procura de encontrar o número da porta em que ela estava.
Quando encontrei a sua porta e cheguei ao encontro, o encontro era comigo; Lembrei da minha infância e de poucos reflexos dela me segurando enquanto empurrava uma motoca vermelha que eu tinha. São poucos os flashes porque ela, desde que eu me conheço por gente, viveu em cidade do interior, próximo à Chapada da Diamantina. Me recordo de algumas bem poucas visitas que fiz a ela. Ela quem vinha mais.
Os cabelos, sempre grisalhos em minha memória, e a pele absurdamente macia me vestia as mãos em tecido de seda quando punha as suas sobre as minhas, no guidão da motoca, me impulsionava para a frente. O sol era típico de início de verão, quente e de vento fresco.
Minhas mãos apoiadas no áspero proposital do plástico para não escorregar o meu guiar do brinquedo. E o esforço se fez em andar, na época, o meu automóvel.
Suas mãos claras e delicadas me revestiam geladas de água de cachoeira, no verão. Me refrescavam o peito da mão e os dedos de um punho fechado e suado, enquanto eu pedalava.
Na mão esquerda, próximo ao coração, encaixada no dedo dela a aliança cor de ouro e amarelada pelo tempo. O respeito permanente da lembrança de quem se foi. O seu metal gelado era agradável ao enconstar a sua palma esquerda no meu, também, esquerdo peito da mão.
O calor sobre nós, sua mão sobre a minha.

(Cheguei ao quarto. A rosa em minham mãos é a vermelha. Ao pré-aviso, bati três vezes na porta e entrei.)
Vó?
Como tem passado nesse lugar?

(Sua fala eternamente serena, cativador é de ouvir. Sorri. )
Minha filha, bom não é! Mas se tem que ser.

- Tão te tratando bem?
- Como tratam um doente, não é? Eu estou bem.
- Trouxe suco natural! Como anda a diabetes, o médico disse?
- Veja o controle dessa semana, está bem aqui, anotado na ficha, ao pé da cama.
(Ariana como eu e mesmo decanato.)

Peguei o papel sobreposto na medeira, havia melhorado.
- Ela me lançou um olhar e sorriu.

Sentei ao seu lado, acarinhei as suas mãos nos durante 57 minutos.

Antes de sair mergulhei o caule da rosa num recipiente com água, deixei no criado mudo, do lado da cama e disse: Até a próxima visita, te espero.

domingo, 1 de novembro de 2009