domingo, 22 de março de 2009

Canção de Comunhão

Respirando mais, ou menos, a filha, ouvia do fundo do salão, a canção. Não provocou-se a dançar-se como das vezes em que teimara por temer. A não ser dessa vez, a partir.
Um senhor com dispor, cuja a posição do corpo se vestia com quase-autoridade, a observava. De se-quer cadência de movimentação, não saculejava. E bebia em exprimir um semi riso, de meio e de canto, de boca. Sentadinho, tava; Ele, na cadeira de madeira envelhecida; Sua cor de cabelo parecida com a da madeira escura polida, em que se acomodara. Só parecia.., que, no entanto, era de longe que ela o via.
De vez em vez levara de-vagarosamente à boca, o copo lustrado de boa dose preenchida; que só se via o líquido que continha. Tinha uma atrás da outra, e o garçom já já vinha.
Montanhesa, a mãe, a astuta, a austera, espiara a dela, da filha, e a observação dele. E desejava saber do quê, de que deleite de gole era aquele: que o bebia; por transparecer suaveza num rosto provido de rugas sem revelar o que devia.
Nessa, as duas, mãe-e-filha, de bem-querer saber; Noutra, de querer saber diferente já que cada um ali comparecia.
Depois da última canção, ela a chamou pra que ficasse do seu lado, a filha, - encostara-se, então, em pé, - do lado da mãe.
Disse, a mãe: - Pega uma bebida pra o seu pai. A filha perguntara qual bebida era; A mãe respodera que podia ser, se qualquer uma era.
Saíra, por apanhar a bebida.
Touxera, e sentara junto à mesa.
Outra canção viera! Essa, com voz cantada. Cantaram, ela e ela, cada uma na sua.
O pai, bem sorria bamboleando em ritmo, a cabeça. Batucava os dedos na mesa.
Vou ao banheiro. - dissera a filha - no meio da canção.
Sua cabeça doía mas não tivera ainda idade para beber. E doíam os pés, de bem ter sido a meia errada pra o sapato que a mãe escolhera.
Foram embora sem ver a hora, antes da última canção derradeira, eles. Dormiram, elas, no carro, no caminho de volta.

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